Todas as campanhas, inclusive na imprensa burguesa, de questionamentos e dificuldades ao SUS, propiciou a construção de uma ideologia de que o privado é sempre melhor que o público e que a saúde, ao contrário de um direito, precisaria ser comprada. Alguns chegavam a dizer que o SUS deveria ser um sistema pobre para a população pobre, apontando a focalização como melhor estratégia. Este é o resultado ideológico do neoliberalismo e a sua defesa de um Estado mínimo para as políticas sociais.
A existência de diversas denúncias de não acesso aos serviços de saúde gerando adoecimento e morte preveníveis; de surtos anuais (há décadas) de Dengue e recentemente de Chikungunha e Zika; com derramamento de óleo, ano passado, nas orlas das diferentes praias do Nordeste (ainda não responsabilizada a sua autoria) e da água contaminada visivelmente imprópria para consumo no início desse ano no Rio de Janeiro, teve que implodir no mundo e no Brasil, uma pandemia para que governo e as classes dominantes assumissem que a saúde no Brasil (mas infelizmente não só aqui) vai mal e que o SUS é importante.
O coronavírus, ou seja, a COVID-19, tem sido devastador por onde passou. Na parte Sul do mundo, onde as taxas de desigualdade são enormes, seu potencial tende a ser maior. Ainda não existe a cura para esse vírus e ele tem atingindo, até o momento, diferentes classes sociais. Mesmo que as condições para seu enfrentamento sejam distintas, isso tem desesperado a classe dominante e as camadas médias. Talvez, somente agora, parcela desses tenha percebido que não basta morar preso em seus próprios condomínios, andar nos seus carros com ar condicionado e pagar o melhor plano de saúde: é necessário uma política pública de saúde, é necessário o SUS!
É no contexto da pandemia do coronavírus que tem ocorrido uma brutal redução de apoio da base que elegeu o presidente Jair Bolsonaro. Este vem, sistematicamente, desmentindo as orientações dos órgãos da saúde pública, com destaque para a OMS (a mesma a quem se originou o dia mundial da saúde), ao tratar a COVID-19 como uma “gripezinha” e, portanto, contrário à quarentena e isolamento social. Nitidamente está o presidente preocupado com os lucros dos capitalistas que o apoiam em detrimento da vida da maioria da população brasileira, que são os trabalhadores e trabalhadoras, grande parte expostos ao trabalho sem quaisquer direitos.
O Serviço Social é uma profissão da saúde, sendo esse campo de atuação profissional desde as suas origens. Assistentes Sociais trabalham no Sistema Único de Saúde a partir de diferentes intervenções – no atendimento direto a população nos serviços de saúde, na pesquisa sobre SUS, no ensino na graduação e pós-graduação, nas residências entre outras – e sabem, bem antes da pandemia, que nenhuma política social deve estar regulada pelo mercado e que, em se tratando da saúde, é ingenuidade, ou má fé, imaginar que exista alguém, que não necessite do serviço público e estatal de saúde. Isso estava demonstrado, vide os atendimentos de emergência em caso de acidente de trânsito (o socorro quase sempre é público) ou nas vacinas que alguns países já cobram de brasileiros quando viajam. Mas, precisou uma pandemia para que se veja que sem o fortalecimento do SUS o Brasil não sairá bem dessa! A partir destas colocações é importante ressaltar a importância de defender o SUS público e 100% estatal.
A ABEPSS junto com diversas entidades da saúde e movimentos sociais, entre eles a Frente Nacional contra a Privatização da Saúde que reúne diversas organizações e movimentos sendo a ABEPSS uma destas entidades, defende neste momento diversas proposições. Ressalta-se algumas propostas gerais que foram sintetizadas a saber:
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa de Serviço Social –ABEPSS
Gestão “Resistir e avançar, na ousadia de lutar!”
A ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social) convida você a se juntar a nós! Como membro, você terá a oportunidade de contribuir para o fortalecimento do ensino e da pesquisa em serviço social no Brasil.
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