Durante a reunião, foram feitos relatos de preocupação e sofrimento diante das demissões, da precariedade e da flexibilização dos currículos. A presidenta da ABEPSS, Erlenia Sobral, destaca que o processo é complexo, pois há uma importância histórica das universidades católicas. 

Como encaminhamento da reunião, foi criada uma comissão que construirá um diagnóstico da situação das Universidades de Formação (Ufas) confessionais e comunitárias que têm o curso de Serviço Social. O grupo é formado por representantes das entidades do Serviço Social (ABEPSS, Cfess e Enesso) e de universidades católicas de Salvador (BA), de São Paulo (SP) e do estado do Rio Grande do Sul.

“A importância das primeiras escolas de Serviço Social criadas pela Igreja Católica nas décadas de 1930/1940/1950, muitas delas incorporadas posteriormente às universidades católicas (e também às universidades federais), deve ser lembrada nessa conjuntura de crise que ameaça a continuidade de vários cursos de Serviço Social nessas instituições em todas as regiões do Brasil. Responsáveis pela formação das/os primeiros assistentes sociais e pela própria gênese da profissão de Serviço Social, contribuíram, e continuam contribuindo, para a formação graduada e pós-graduada em Serviço Social, impulsionando experiências progressistas no ensino, na pesquisa e na extensão universitária, comprometidas com as demandas regionais e necessidades sociais dos segmentos mais subalternizados da classe trabalhadora. Por todas essas razões não podemos assistir passivamente ao desmonte da área de Serviço Social em muitas universidades católicas, comunitárias e confessionais que está ocorrendo nesse momento em todo o País”, destacou a  coordenadora do PPG em Serviço Social da PUC-SP, Raquel Raichelis, durante a reunião coletiva. 

Entre as instituições que enfrentam desafios estão a Universidade Católica de Salvador (Ucsal), que em janeiro demitiu cerca de 60 docentes, e as/os profissionais denunciaram  irregularidades referentes à indenização e a falta de um posicionamento transparente da instituição. Além da situação trabalhista, estudantes relataram dificuldades para realizarem matrículas, aumento de alunos por turmas, entre outros. Clique aqui e aqui e saiba mais.

Outro exemplo é o da PUC-RS, que tem avançado com a extinção da graduação e da pós-graduação em Serviço Social. Em 2022, a universidade informou que não seriam mais abertas vagas para os cursos de pós. A ABEPSS inclusive participou, em outubro daquele ano, de um ato na sede da instituição, pela defesa do curso de Serviço Social, que é um dos mais antigos do país (clique aqui e confira). Discentes da pós-graduação também fizeram uma carta aberta contra o processo de extinção do curso (clique aqui e confira). A ABEPSS, o CFESS e os 35 programas de pós-graduação da área de Serviço Social também se manifestaram. Saiba mais sobre a situação.