“Nossa avaliação é que o evento foi além de nossas expectativas. Foi intensa, com densidade nas mesas e debates, além de um belo e rico momento cultural regado a bons reencontros da categoria. Saímos cientes de nosso papel como categoria para contribuir nas trincheiras da luta social e formação acadêmica contra o racismo e sua funcionalidade para o sistema capitalista e seus típicos processos de colonização econômica e cultural”, avalia a presidenta da ABEPSS, a professora Erlenia Sobral (Uece) sobre a Oficina.
39 Unidades de Formação Acadêmica (UFAs) participaram da Oficina Nacional. Erlenia destaca que essa representatividade das unidades é de extrema importância para a capilaridade e adesão do debate. “A participação foi muito representativa, significando um importante momento de retorno do debate público presencial e de um diálogo mais próximo da Abepss e seu legado com as UFAs. Só assim para que os debates tenham capilaridade e adesão, especialmente num momento em que a Educação é flexibilizada aos moldes dos interesses mercadológicos e privatistas”, ressalta.
Na programação, foram realizadas reuniões do Fórum Nacional de Discentes de Pós-graduação, do Fórum Nacional em Defesa do Trabalho e da Formação Profissional em Serviço Social e dos grupos do Programa de Educação Tutorial (PET) de Serviço Social, bem como uma atividade cultural e uma Mulheragem à Luciana Cantalice.
Atividades da Oficina podem ser acompanhadas no canal da ABEPSS no YouTube. Clique aqui e confira.
A temática com ênfase na formação antirracista é a pauta prioritária da gestão ABEPSS 2023-2024, que seguirá no ABEPSS Itinerante e no Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social (ENPESS), que será realizado em 2024.
“Sentimos a necessidade do diálogo mais aproximado entre as diretrizes curriculares com o debate das relações étnico raciais, a medida que isto resultou de um acúmulo da categoria e da articulação com o movimento negro. Em nossa análise as discussões foram muito pertinentes na oficina para este avanço rumo a centralidade da relação histórica entre capitalismo e racismo”, explica a presidenta da ABEPSS sobre a temática.
Sobre a temática, a integrante da Frente Nacional de Assistentes Sociais no Combate ao Racismo Daniela Augusto avalia que a oficina demarca uma luta histórica, mobiliza a categoria para as urgentes mudanças no tempo presente e também deixa o legado para novas gerações de discentes e docentes que poderão avançar no debate.
“Esta oficina, bem como as oficinas regionais tiveram fundamental importância para demarcar uma pauta histórica no Serviço Social, que é a luta antirracista, a denúncia do racismo presente desde a formação sócio-histórico do nosso país e o confronto com a falácia da democracia racial. Foi resultado da força e resistência de assistentes sociais negras que há décadas unem esforços para que o debate étnico-racial também seja central, juntamente com as categorias classe e gênero na formação profissional”.
Daniela destaca também que a Frente Nacional de Assistentes sociais no Combate ao Racismo, pontua em seu Manifesto que, desde o Código de Ética do/a Assistente Social de 1993, que completou 30 anos, já está demarcada a importância da luta contra as opressões, além das diretrizes da ABEPSS.
“Por compreendermos que essa discussão e posicionamento é fundamental para o fortalecimento do projeto ético político profissional, sobretudo no que tange a direção política, os valores emancipatórios, as relações humanas e contrárias a toda forma de exploração, opressão, preconceito e discriminação – o que pressupõe a construção de uma sociabilidade livre, emancipada, com justiça social e democracia em sua plenitude. Faz-se necessário, portanto, que as relações étnico-raciais, compreendida como parte intrínseca da formação social brasileira e do capitalismo dependente, sejam permanentemente estudadas e pesquisadas, em articulação com os movimentos sociais, visando a superação da sociedade racializada. É dever do Serviço Social brasileiro se aliar efetivamente a esta luta e buscar incidir contra os impactos do racismo em sua atuação cotidiana”, ressalta a integrante da Frente.
Para Evelyne Medeiros, professora do Departamento de Serviço Social da UFPE e uma das organizadoras do Espaço, “foi muito significativo, tanto como participante da Oficina quanto como integrante da comissão organizadora, e também como mãe com um filho que participou dessa iniciativa”.
Apoio
Com realização da ABEPSS, a Oficina Nacional contou com o apoio do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), do Conselho Regional de Serviço Social de Pernambuco (CRESS-PE), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social (ENESSO) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
“Gostaria de registrar nossos agradecimentos às entidades parceiras como o CFESS, ENESSO, CRESS-PE e ainda a força coletiva da entidade e de estudantes e professores da UFPE. Também aos nossos trabalhadores da secretaria e comunicação e trabalhadores das empresas contratadas, imprescindíveis para a oficina ocorrer de forma tão bacana”, agradece Erlenia às/aos apoiadoras/es.
A ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social) convida você a se juntar a nós! Como membro, você terá a oportunidade de contribuir para o fortalecimento do ensino e da pesquisa em serviço social no Brasil.
clique aqui ➝