É preciso relembrar para não esquecer. Confira parte da poesia de autoria de Daniela Castilho, assistente social e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA):

"Não nos esqueceremos
Dos olhos carrascos da ditadura militar
Da poesia presa ao pau de arara
Pisoteada e apunhalada

Não nos esqueceremos
Da poesia que vomita sangue, mas também esperança e revolta
Da poesia apunhalada pelas costas
Não esqueceremos a pergunta:
Como sonhar quando nada é permitido?

Não nos esqueceremos
A poesia agonizada no coreto das praças
A poesia marginalizada e disfarçada pela retórica contundente
Diluída em labirintos metafóricos
Captada pelos desejos de liberdade, a poesia se refaz e se reinventa
Agora, chove poesia sob o céu nebuloso do Brasil
Os pingos cada vez mais fortes chegam às massas
Rompem-se cercas
E subitamente um imenso dilúvio de contestações se expande
É impossível olhar para trás
Hoje, a poesia sairá às ruas
E fará sua revolução!"