No dia 1º. de maio de 1886 aconteceu uma greve nacional pela jornada de oito horas de trabalho nos Estados Unidos. A greve foi convocada pela Federação dos Grêmios e Sindicatos Operários reagindo à situação de salários miseráveis, jornadas insuportáveis e exploração do trabalho infantil que caracterizavam a vida nas fábricas estadunidenses em meados do século 19. As jornadas de trabalho eram superiores a 12 horas diárias. A palavra de ordem do movimento era: “A partir de hoje, nenhum operário deve trabalhar mais de oito horas por dia. Oito horas de trabalho! Oito horas de repouso! Oito horas de educação!” O resultado desta luta é que em 1º. de maio de 1890, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a lei de oito horas de jornada. O 1º. de maio passou a ser comemorado pelos trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo como símbolo de suas lutas pela conquista de oito horas de trabalho diário, regulamentação do trabalho feminino, luta por melhores condições de trabalho nas fábricas, dentre outras. A decisão pela criação do Dia Mundial do Trabalhador ocorreu na reunião da Segunda Internacional, ocorrida em Paris, em 20 de julho de 1889, acordando-se que seria realizada em 1º. de maio de cada ano manifestações para forçar os poderes públicos a reduzirem a jornada legal de trabalho a 8 horas. A história comprova que muitas lutas, resistências, mortes e conquistas aconteceram desde 1886 até os dias atuais. Em 2016, o Brasil vivencia o 1.º de maio permeado pela “crise política” que coloca em risco a democracia e os direitos sociais. Uma onda conservadora de ataque às conquistas históricas das classes populares vem crescendo no país, exigindo do movimento sindical e social combativos, uma luta unitária contra o ajuste fiscal e em defesa da democracia, dos direitos sociais, da reforma agrária, da democratização dos meios de comunicação, da taxação das grandes fortunas através de uma reforma tributária progressiva, entre outras medidas de genuína
justiça social que possam melhorar e mudar efetivamente as condições de vida da classe trabalhadora. Reconhecemos os limites da democracia, mas é preciso lembrar que historicamente em condições democráticas é possível aos trabalhadores e trabalhadoras conquistar direitos, que contraditoriamente impõe limites à exploração capitalista. As articulações das
forças políticas do trabalho são extremamente necessárias para construções de alternativas para o conjunto da sociedade. Diante dos ataques do capital protagonizados pelos setores reacionários da sociedade brasileira, na sua expressão de “crise política”, cabe aos trabalhadores conjugarem as lutas pelos direitos do trabalho e em defesa da radicalização da democracia, na sua expressão mais necessária:
socialização da riqueza produzida. Frente esta realidade a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) conclama os trabalhadores e as trabalhadoras para reconhecerem a nossa realidade atual como tempos de extremos ataques aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, a partir disso, revitalizar as lutas e conquistas empunhando as
bandeiras do trabalho para que as condições pretéritas de trabalho não venham novamente assolar nossas vidas.
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