Para celebrar o 8 de março – Dia Internacional da Mulher, milhares de mulheres em cerca de 40 países estão construindo a Greve Internacional de Mulheres. Essa grande paralisação é em resposta aos ataques contra diversos direitos (civis, sociais, políticos) que mulheres em todo o mundo estão sofrendo.
O impulso do movimento ocorreu um dia após a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quando mulheres em todo o país encheram as ruas marchando contra a misoginia de Trump, tendo à frente símbolos históricos de luta, como a feminista negra Ângela Davis.
A greve é também uma forma de resistir e lutar contra o sistema capitalista que secularmente explorou e oprimiu economicamente mulheres trabalhadoras, condicionando-lhes à extrema pobreza.
As assimetrias da sociedade capitalista não atingem apenas a dimensão econômica do trabalho feminino, mas também conduzem as mulheres para níveis insólitos de degeneração física e psíquica.
No Brasil, a luta contra a reforma da previdência e o combate à violência contra as mulheres estão entre as principais reivindicações.
Segundo o Mapa da Violência contra Mulheres, publicado em 2015, mesmo com a sanção da Lei 11.340/2006, conhecida com Lei Maria da Penha, os números de assassinatos contra mulheres permaneceram numa escala ascendente, mantendo o Brasil em 5º lugar no ranking de 83 países que mais produz violência contra mulheres.
Isso revela, dentre outras coisas, que a abolição desse tipo de violência não depende só de leis, mas sim da necessidade de um trabalho contínuo que envolva mudanças dos valores morais, reconhecendo na educação uma ferramenta imprescindível na promoção dessa mudança.
A ABEPSS, cumprindo seu papel de defesa da qualidade acadêmica e crítica do ensino de Serviço Social, aprovou, em 2015, na ocasião da Oficina Nacional realizada na UERJ, um documento que orienta todas as IES a incluírem o debate sobre a exploração/opressão de sexo/gênero, raça/etnia, geração e sexualidades na formação profissional das/os assistentes sociais a partir das seguintes indicações:
– Incluir nos conteúdos curriculares obrigatórios o debate sobre as relações sociais de classe, sexo/gênero, etnia/raça, sexualidade e geração de forma correlacional e transversal.
– Realizar, no mínimo, uma disciplina que tematize o Serviço Social e as relações de exploração/opressão de sexo/gênero, raça/etnia, geração e sexualidades, preferencialmente, antes da inserção da/o estudante no campo de estágio. Aqui, ressaltamos, ainda, as Leis 10.639/03 e 11.645/2008, assim como a Resolução nº 01 do Conselho Nacional de Educação – CNE/MEC, no que diz respeito à incorporação obrigatória do tema sobre relações étnico raciais nos currículos.
– Estimular a realização de debates, eventos, oficinas e seminários temáticos sobre as relações de exploração/opressão de sexo/gênero, raça/etnia, geração e sexualidades.
– Apoiar os movimentos sociais e espaços de lutas anticapitalista, antirracista, antipatriarcal e antiheterossexista, por meio de parcerias, projetos de extensão, pesquisa, entre outros.
– Promover espaços de estudos e pesquisas sobre o sistema capitalista-patriarcal-racista-heterossexista e adultocêntrico.
Assim, acreditamos e defendemos que a formação profissional de Serviço Social, deve estar associada a uma consciência de classe antirracista, antipatriarcal e anti-heterossexista, assim como vinculada às lutas dos movimentos sociais.
Por isso, nos juntamos às mulheres de todo o mundo neste 08 de março, em prol de um mundo em que todas as pessoas independente da classe, de gênero/sexo, da raça/etnia, da identidade e/ou orientação sexual possam manter suas vidas plenas sem o julgo da violência!
A ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social) convida você a se juntar a nós! Como membro, você terá a oportunidade de contribuir para o fortalecimento do ensino e da pesquisa em serviço social no Brasil.
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