O encontro foi mediado pela estudante da UFTM Ana Carla Costa e a professora da PUC-Campinas Fabiana Carvalho. A discussão do cenário universitário foi feita pela professora da UFF Eblin Farage e pelo professor da UFRJ Roberto Leher.
Os docentes discutiram autonomia universitária em face do governo Bolsonaro, os interesses do Capital com o ensino remoto emergencial, as novas tecnologias, as desigualdades em meio à pandemia, entre outros assuntos.
Antes da discussão, a presidente da ABEPSS, Esther Lemos, apareceu no encontro e destacou a importância de filiação à associação. Lemos ressaltou que o apoio de todos os profissionais é importante para manter a autonomia financeira da entidade, para que possa continuar articulando o projeto de formação em Serviço Social.
Clique aqui e confira!
Exposição
No encontro, a professora Eblin Farage pontuou a distinção do Ensino a Distância, regulamentado por lei, e o ensino remoto em meio à pandemia. A docente destacou que é importante existir uma resistência ao projeto de implantação desse modelo de ensino, porque a educação acaba servindo aos interesses do Capital, como por exemplo, no uso das plataformas de ensino e aprendizagem – para Farage, a Universidade deve ter os próprios meios-, e a formação nesse modelo de ensino.
Além disso, Farage destacou que é preciso que haja uma preparação das instituições para que se oferte o ensino remoto, tendo em vista que muitas não estão prontas para esse modelo. Ressaltou também que é importante promover pesquisas com as comunidades acadêmicas para entender as realidades. "Aceitar esse arremedo pode significar uma desestruturação da educação", comentou.
A docente também fez uma explanação sobre o projeto político do atual governo e a autonomia universitária. A professora destacou a anticiência, a milícia e a militarização como eixos do governo Bolsonaro. “Esses eixos são contra os princípios e aquilo que defendemos para uma perspectiva de construção de uma universidade pública e da educação pública”, disse.
Em sua fala, o professor Roberto Leher pontuou a Guerra Cultural implementada pelo Planalto sob Bolsonaro. O docente destacou que essa guerra foi deslocada às universidades, que sofrem ataques frequentes, como, por exemplo, na redução de bolsas da Capes. E ainda chamou a atenção para o trato que é feito pelo governo ao serviço público. “O governo trata o serviço público como um inimigo, tendo em vista a fatídica reunião de abril quando o ministro Guedes destaca que colocou a granada no bolso do inimigo”.
Sobre o modelo de ensino remoto, o professor Leher sinalizou a importância de entender as diferentes realidades que estão postas, como por exemplo, ao implementar o ensino remoto, analisar todo conjunto ao qual o estudante está inserido, e não somente checar o acesso à internet e a dispositivos eletrônicos, mas também observar a situação social, os meios de vida.
Assim como Eblin, Leher também defendeu a criação de plataformas públicas. "Se o artefato tecnológico não é neutro, nós temos que ter plataformas públicas".
Os docentes ainda analisaram o “novo normal”, a convivência universitária, o sistema de avaliação e créditos de disciplinas, entre outros assuntos. Para assistir à live completa, clique aqui.
Próximo encontro
A próxima live do ABEPSS AO VIVO será na terça-feira, 21, às 19h30 (horário de Brasília), com o tema "O debate étnico-racial e a formação profissional em Serviço Social". Foram convidadas e convidado para o encontro as professoras Maria Helena Elpídio (Ufes) e Ana Paula Procópio (UERJ) e o estudante de pós-graduação Tales Fornazier (PUC-SP). A mediação será da professora Adrianyce Sousa (UFF), que também é da coordenação Nacional de Graduação da ABEPSS.
Acompanhe pelos seguintes canais:
Clique aqui para ir ao Facebook da Abepss.
Clique aqui para ir ao Youtube da Abepss.
A ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social) convida você a se juntar a nós! Como membro, você terá a oportunidade de contribuir para o fortalecimento do ensino e da pesquisa em serviço social no Brasil.
clique aqui ➝