O debate foi mediado pela professora Patrícia Mustafa que integra o GTP de Política Social da ABEPSS. A exposição ficou por conta das professoras Ivanete Boschetti (UFRJ), Raquel Raichelis (PUC-SP) e pela assistente social Alana Rodrigues (supervisora do campo de estágio da ABEPSS Norte).
O encontro foi dividido em três blocos. No primeiro, a pauta era sobre o desmonte da seguridade social; no segundo, o trabalho profissional em meio à pandemia, as condições de trabalho dos assistentes sociais e estágio em Serviço Social; e o terceiro com respostas às questões apresentadas pelos participantes. Clique aqui e assista à live!
Exposição
O teletrabalho e o teleatendimento, que eram para ser embrionários, foram generalizados em meio à pandemia, existe a tendência de que essas formas de trabalho podem permanecer no pós coronavírus. Por essa linha de raciocínio, a professora Raquel Raichelis criticou o que chamam de “novo normal”.
Para Raichelis, essa forma de trabalho tem um impacto maior nas mulheres e a pandemia não atinge todos da mesma forma. “O trabalho remoto acaba tendo um maior impacto nas mulheres, que é o caso da nossa categoria, que tem mais mulheres, por exemplo. O impacto das atividades domésticas, cuidados das crianças, a invasão do tempo de trabalho e do tempo de vida privada, e, especialmente, o custo do trabalho, que acaba recaindo sob o trabalhador e trabalhadora”, pontuou.
A realidade de quem está na linha de frente no combate à pandemia foi exposta no encontro. Em sua fala, a assistente social Alana Rodrigues, que atua no Hospital Público Geral de Palmas, em Tocantins, ressaltou as dificuldades enfrentadas pelos profissionais que atuam no sistema de saúde, como os salários defasados, as duplas jornadas, a falta de EPIs e insalubridade entre outros pontos. "A gente, por exemplo, tem uma limitação de máscara diária, em muitos hospitais", disse.
Rodrigues observou que a crise no sistema de saúde não é de hoje, e que as deficiências do SUS são históricas. “Essa pandemia mostrou que, historicamente, existe a ausência de leitos clínicos, leitos de UTI, de respiradores, de insumos, de EPI's, e profissionais de saúde. Uma realidade que é anterior à pandemia”, frisou.
A assistente social ainda destacou que o SUS vem sendo atacado constantemente pelos interesses do Capital, através das Organizações Sociais e parcerias público-privada, a vida humana tem sido colocada como mercadoria.
Em sua fala, a professora Ivanete pontuou a construção do projeto ético-político do Serviço Social, que neste momento não pode ser abandonado e que é preciso defendê-lo. "A nossa profissão surge, se desenvolve, se constitui na sociabilidade capitalista (…). Historicamente, ao surgir como uma profissão de cunho conservador, destinada a reproduzir essas relações capitalistas acriticamente ou de forma bastante adesista, nós, no Brasil, construímos, historicamente uma forma de enfrentar esse tensionamento histórico estrutural da profissão”.
Como forma de defesa desse projeto, Ivanete ressalta que, é preciso “defender políticas sociais universais, para defender direitos sociais da e para a classe trabalhadora”.
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