Nós, estudantes de graduação, pós-graduação, professoras e professores, pesquisadoras e pesquisadores, que construímos a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), vimos através deste documento manifestar nossa solidariedade ao Movimento das Trabalhadoras e dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), bem como a nossa indignação e repúdio ante os ataques desferidos pelo capital no campo, manifestados através das tentativas de criminalização do movimento pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), construída pela bancada ruralista e da onda conservadora e neofascista que ameaça cotidianamente a existência daquelas e daqueles que lutam pela soberania alimentar de nosso país, por uma outra relação com a terra e por uma sociedade mais justa e livre das amarras do capital.
Sabemos que a perseguição àquelas e àqueles que lutam pela socialização da terra é histórica. Em nosso processo de formação social, o peso do uso extensivo da terra, a “vocação” agrária pela via dos grandes latifúndios, as origens escravocratas e a racialização de parte significativa da população brasileira, a urbanização moderna, o caráter predatório e extrativista dos recursos ambientais, a formação de uma autocracia burguesa, entre outros aspectos, desmascaram a sana da burguesia pela obtenção da renda da terra e pela superexploração da força de trabalho.
Diversos movimentos sociais como o Bloco Operário Camponês (BOC), a União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil (ULTAB) e as Ligas Camponesas foram reprimidos pelo terrorismo estatal. O MST, herdeiro destas e de outras lutas, enfrenta hoje mais um momento de perseguição. Há 40 anos, o MST tem lutado pela construção de uma Reforma Agrária Popular, com a efetiva democratização do acesso à terra, à moradia digna e à garantia de condições de permanência no campo.
Em sua prática cotidiana, o movimento promove ações de solidariedade, como observamos com a doação de 7 toneladas de alimentos no período pandêmico; com as ações de promoção da sustentabilidade socioambiental; e com o cultivo de hortas comunitárias como medida de combate à fome, abastecendo cozinhas comunitárias, incentivando a produção agroecológica familiar e garantindo a formação de milhares de camponesas e camponeses em todo o país.
Além disso, o movimento entende a necessidade de articulação das dimensões agrária, urbana e ambiental, que para nós, pesquisadoras e pesquisadores e assistentes sociais, são expressões da questão social, objeto de nossa intervenção profissional. Enquanto assistentes sociais, reafirmamos nosso compromisso ético-político de permanecermos juntas, juntos e juntes no projeto de construção de uma nova ordem societária, livre de qualquer dominação, exploração de classe, etnia e gênero.
“Quando o campo e a cidade se unir, a burguesia não vai resistir!”
MST, a luta é pra valer!
Diretoria da ABEPSS.
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