A Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) se posiciona contrária ao Programa para Expansão da EaD nas Universidades Públicas Federais, o Reuni Digital, do Ministério da Educação (MEC), entendendo que tal iniciativa é uma forma de descaracterizar a universidade brasileira e de mercantilizar a educação.  A entidade também se coloca em discordância com a minuta de resolução da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) que dispõe sobre o ensino à distância. 
 

A ABEPSS está desencadeando uma série de debates acerca dos impactos do Reuni Digital para o projeto de formação profissional em Serviço Social. Conforme o presidente da entidade, Rodrigo Teixeira, o projeto coloca em risco a continuidade da direção social crítica para a formação. 
 

“Esse projeto descaracteriza a universidade brasileira e coloca em risco a continuidade de uma formação comprometida com a crítica radical da sociedade capitalista e das construções de estratégias coletivas para o trabalho profissional. Apontado como democratização da universidade pública, o projeto nada mais é que o avanço do projeto do capital e da mercantilização para a universidade pública, e coloca em risco a concepção de universidade que temos”, analisa Teixeira. 
 

A associação também reitera o posicionamento contrário ao EaD. “Reafirmamos nossa posição contrária ao EaD, luta que vimos travando desde 2007 por considerarmos que essa modalidade é expressão da precarização e financeirização da educação em todos os níveis, principalmente na educação superior, que coloca em risco a qualidade dos serviços prestados a toda a população”, destaca em um documento.
 

O Reuni Digital é um projeto que, de acordo com o MEC, tem como objetivo realizar um esforço temporário para testar e avaliar a oferta de cursos de Educação a Distância (EaD) nas Instituições Federais de Educação Superior brasileiras. Dez universidades já aderiram ao projeto. 
 

Na mesma linha do Reuni Digital, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) está discutindo uma minuta de resolução que “Dispõe sobre as normas e procedimentos para a inserção e oferta de componentes curriculares, integral ou parcialmente, de forma não presencial ou a distância nos currículos dos cursos de graduação presenciais da Universidade Federal do Maranhão”. Até 40% do curso poderá ser feito na modalidade a distância, conforme o documento. 
 

De acordo com o presidente da associação, tal discussão na UFMA impôs a necessidade de ampliar o debate e de se posicionar contrário à questão. A entidade produziu um documento que analisa a situação e as discussões que vêm sendo feitas ao longo dos anos pela entidade e demais organizações. “Tais análises expressam o acúmulo que a ABEPSS tem realizado e lança subsídios para o debate nas regionais e nas escolas de Serviço Social”, pontua Teixeira. 
 

O documento está disponível no seguinte link.