Considerando o importante avanço organizativo do movimento classista unificado, expresso na greve geral do dia 28 de abril de 2017 e na marcha em Brasília, dia 24 de maio, que demonstraram grande disposição de luta de diferentes categorias e movimentos sociais, o passo seguinte é aglutinar ainda mais forças para o próximo dia 30 de junho de greve geral.
O movimento está sendo construído em unidade por várias centrais sindicais brasileiras e pelos mais importantes movimentos sociais e populares brasileiros.
Desde o primeiro momento da greve geral, novos fatos e denúncias vieram a público e escancararam mais ainda a subserviência dos poderes do Estado aos interesses privados.
O aprofundamento das medidas neoliberais por meio do governo golpista tendem a agudizar a crise. A maneira draconiana pela qual este governo vem atacando as conquistas sociais, com vistas a destinar uma parcela ainda maior do fundo público às “personificações do capital”, se expressam, contraditoriamente, no Estado.
O foco do ataque são os direitos sociais e trabalhistas, como se pode perceber nas propostas de reforma previdenciária, trabalhista e na imposição de teto para áreas sociais. O conteúdo antissocial das propostas levadas a “toque de caixa” está sendo proposto por políticos e agentes públicos que diariamente aparecem envolvidos em processos ilícitos.
Se por um lado, não se sabe ao certo quanto tempo durará o acordo, nem os desdobramentos dessas medidas espúrias, por outro, é provável que essa pressão pela destituição generalizada de direitos seja a principal razão do crescimento organizativo das lutas classistas em uma direção mais unificada. Até porque o próprio capital deixa claro que não há perspectiva de conciliação (lembremos que o período é regressivo, isto é, o capital é quem avança contra as conquistas dos trabalhadores e não o contrário). O adversário perde parte de sua camuflagem e mostra sua agressividade nas contrarreformas.
Este contexto impacta diretamente na formação profissional em Serviço Social. A expansão do setor privado por meio de recursos públicos para promover a dimensão empresarial das multinacionais da educação; as irregularidades dos cursos modulares de extensão e da modalidade do ensino à distância que vem se reafirmando como “incompatível com a formação em Serviço Social”, à luz das orientações e dos princípios contidos nas Diretrizes Curriculares da ABEPSS, são expressões das diversas formas de precarização do ensino superior, agudizadas pelas medidas de austeridade do atual governo.
Nas universidades públicas, o contingenciamento do orçamento, a tentativa de cobranças de mensalidades na pós-graduação, a tecnificação da formação básica, o esvaziamento do pensamento crítico (com o projeto “Escola sem Partido”), o sucateamento das universidades e o produtivismo acadêmico parecem pavimentar o caminho para o desmonte das universidades públicas.
Por isso, reafirmamos a bandeira do fortalecimento da educação pública, universal, laica, gratuita, presencial e socialmente referenciada.
Por tudo isso, duas motivações aumentam nossa perspectiva de apoiar e nos somar à construção da greve geral do dia 30 de junho/2017: em primeiro lugar, porque já se fazem sentir algumas consequências das medidas neoliberais fundamentalistas do atual governo. Isso reacende as lutas em segmentos e setores que ainda estão inertes.
Ademais, o cenário vindouro não parece trazer melhora das condições de vida, agudizando a grande insatisfação com as eventuais consumações das contrarreformas.
Nesse sentido, a luta organizada e a formação de consciência classista se colocam como tarefas. Principalmente porque desse movimento deriva nossa segunda e fundamental motivação para a greve geral: recolocar na agenda dos movimentos a perspectiva de construção de uma alternativa ao capitalismo.
O momento atual, portanto, nos conclama para o apoio e construção da greve geral como resistência unificada às contrarreformas em curso e como acúmulo organizativo do movimento classista unitário rumo à construção de uma alternativa à barbárie social que quer ser a expressão do capitalismo tardio em crise.
Quem é de luta, resiste! Nesse momento regressivo, a resistência é condição precípua para a emancipação humana.
Rumo à greve geral do dia 30 de junho de 2017
Nenhum direito a menos! Em luta para barrar as contrarreformas do governo golpista!
A ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social) convida você a se juntar a nós! Como membro, você terá a oportunidade de contribuir para o fortalecimento do ensino e da pesquisa em serviço social no Brasil.
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