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XVII CBAS finaliza atividades de forma potente e mobilizadora

17/10/22 às 00:00
O XVII Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) teve seu encerramento oficial na tarde de quinta-feira (13), acumulando o resultado esperado: diálogos potentes, mobilização da categoria e reafirmação dos princípios ético-políticos para a atuação profissional.

O desafiador processo de organização desta edição do CBAS pode ser dimensionado, em parte, pelos expressivos números alcançados.

Ao todo, foram recebidas 12.606 inscrições de pessoas de todas as unidades federativas brasileiras, bem como de 19 países (Portugal, Argentina, Angola, Uruguai, Colômbia, Canadá, Itália, Venezuela, Bolívia, Andorra, Áustria, Barém, Chile, Afeganistão, El Salvador, Albânia, Bahamas, África do Sul, Antígua e Barbuda).

Também atingimos a marca de 1.592 trabalhos submetidos, dos quais 1.293 puderam ser conferidos no Congresso.

"Chegamos ao fim de mais um e histórico CBAS", afirmou Rodrigo José Teixeira, presidente da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), ao salientar que o evento ocorreu em um momento muito particular da conjuntura brasileira.

Na avaliação do presidente da ABEPSS, os debates realizados, os livros lançados, os trabalhos apresentados e os vídeos das(os) comentaristas no âmbito do XVII CBAS destacam a pertinência, a maturidade e a direção social que a categoria deve manter para seguir na direção de uma sociedade igualitária, contra a qualquer forma de opressão e exploração.

"No projeto de profissão que levamos a cabo não cabe neutralidade. Tampouco, ideias conservadoras, reacionárias, que circulam e expressam que é a luta de classes que segue movendo a história. O Serviço Social que defendemos tem lado nesse embate"” ressaltou Teixeira.

Janaína Bossi, da Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social (ENESSO), destacou a importância das(os) estudantes nos movimentos em defesa de direitos e da democracia. Ponderou ainda que o projeto ético-político do Serviço Social se vincula a um projeto de transformação da sociedade, livre de todas as formas de opressão. "A ENESSO é uma entidade que, desde as suas origens, tem um caráter combativo. Nessa Executiva, não tem neutralidade. A ENESSO ocupa um papel que é estratégico", apontou Janaína.

A conselheira Kelly Melatti, do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), defendeu que"nesse momento da conjuntura brasileira, o chamado é a luta pela democracia", demarcando o XVII CBAS como um espaço que alimenta e revigora o fôlego das(os) assistentes sociais.

Ressaltou ainda que os desafios colocados à categoria são inúmeros, exigindo muitas articulações no campo da defesa do trabalho e da formação profissional, bem como no fortalecimento da organização política das entidades do Serviço Social brasileiro. "Nós não vamos calar a nossa voz diante do negacionismo, do fundamentalismo religioso, do racismo, da misoginia, das ameaças neofascistas e das perspectivas antidemocráticas que reúnem desvalores completamente incompatíveis com a liberdade e a emancipação que defendemos", garantiu a conselheira.

Ponto de destaque na cerimônia de encerramento foi a garantia de que, em breve, todos os conteúdos gerados durante o XVII CBAS serão disponibilizados de forma integral e gratuita no site do Congresso. "O CBAS cumpriu um importante papel formativo. Tudo isso [os conteúdos] se transforma em um rico material para consulta, para potencializar a formação profissional e a educação permanente de profissionais", apontou Rodrigo Teixeira.

Desafios ético-políticos

A mesa de encerramento do XVII CBAS foi precedida pelo diálogo "Desafios ético-políticos frente à precarização da vida, do trabalho e da formação profissional: a necessária agenda de lutas" – atividade mediada pela presidenta do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), Maria Elizabeth Santana Borges.

Silvana Mara de Morais dos Santos, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e Elizabete Mota, da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), colocaram em debate a identificação das expressões do capitalismo contemporâneo e sua relação com a precarização da vida e do trabalho, de modo a situar os desafios que a conjuntura impõe ao trabalho profissional.

Também foi debatida a necessária construção de uma contraofensiva, na direção de uma sociedade livre de exploração e de opressões, incluindo a a agenda de luta da classe trabalhadora e as pautas profissionais, face às desigualdades sociais, raciais e sexuais.

Tanto a conferência sobre os desafios ético-políticos quanto a mesa de encerramento do XVII CBAS podem ser acessadas na íntegra pelo YouTube do CFESS e da ABEPSS.

Fonte: http://www.cbas.com.br/

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